O Coletivo Judias e Judeus Sionistas de Esquerda publicou, nesta terça-feira (7), carta atacando o Padre Júlio Lancellotti por sua participação em um ato pró-Palestina ocorrido no final de semana passado, em São Paulo.

Na carta pública, o grupo disse lamentar a presença do pároco em um ato em que a maioria manifestou solidariedade aos palestinos — mas em que indivíduos isolados empunharam a bandeira do grupo terrorista Hamas. Uma bandeira associava a Estrela de Davi, símbolo de Israel, à suástica nazista.

O texto do próprio grupo é claro. O sacerdote não pode ser responsabilizado, ao participar de uma manifestação, por atitudes isoladas e alheias ao seu credo. Jamais ele declarou apoio ao grupo terrorista Hamas, nunca associou a estrela de Davi à suástica nazista. Apenas prestou solidariedade ao povo palestino como, aliás, qualquer organização que se diz de esquerda deveria prestar. Os atos extremos do Hamas, absolutamente condenáveis, não justificam o desejo de limpeza eugênica engendrado pelo governo fascista de Netanyahu. O que está acontecendo na faixa de Gaza, com o assassinato covarde de civis, entre eles mulheres e crianças, precisa ser contextualizado e denunciado. O Padre Julio, como era de se esperar, e como sempre faz, apenas movimentou-se para elevar a sua voz contra o genocídio que vem sendo realizado. O pároco, sabemos, é inimigo feroz das injustiças.

Nós da UBE temos um compromisso que levamos a sério. Caminhar ao lado de quem preza a democracia, os direitos humanos, as liberdades democráticas. Por isso prestamos total solidariedade ao nosso querido Padre Julio Lancellotti. Um santo homem que é frequentemente atacado pela direita. E agora, pelo visto, também pelos que se dizem de esquerda. Chega de massacres!

Ricardo Ramos Filho

Presidente da UBE (união Brasileira de Escritores)