Associado da UBE publica livro sobre Santa Muerte

Com mais de 100 livros publicados, nosso associado busca dissolver preconceitos sobre o tema

No último dia 12 de abril, na T. U. Mãe Severina e Caboclo Pena Verde, em Sumaré (SP) aconteceu a noite de autógrafos de Santa Muerte: culto e devoção, escrito no segundo semestre de 2023 por Ademir Barbosa Júnior (Pai Dermes de Xangô). De origem mexicana, o culto à Santa Muerte é cercado de preconceitos e incompreensões, como a associação direta ao narcotráfico. Segundo o autor, “o culto à Santa Muerte é riquíssimo, de grande diversidade, com elementos que associam o catolicismo popular à cosmovisão mesoamericana. Cultuar a Santa Muerte é celebrar a vida plena.”

Dermes mantém no Instagram o perfil @santamuertecultoedevocao. “O livro, assim como o perfil no Instagram, tem o intuito de esclarecer, apresentar o culto e dissolver preconceitos”, esclarece. Quanto à associação entre Santa Muerte e o narcotráfico no México, acrescenta: “Quantas violências ao longo da História em nome de Deus, Jesus etc.? O que dizer da suástica budista da qual Hitler se apropriou e alterou formato e sentido sagrado? Se hoje, no Brasil, temos traficantes neopentecostais, seus antecessores muitas vezes eram devotos do Orixá Ogum, São Jorge ou Zé Pelintra. Portanto, tentativas canhestras de dominação em nome da Espiritualidade dizem mais sobre o humano do que das representações do Espiritual e do Divino.” Dermes já proferiu palestra sobre o tema em Piracicaba, no último dia 11 de julho, na T. U. Caboclo Jiboia e Zé Pelintra das Almas (TUCJZPA), com arrecadação de alimentos, e organizou uma homenagem à Santa Muerte e ao Povo da Calunga que ocorreu em 1o. de dezembro na mesma TUCJZPA.

Autor com mais de 100 livros (alguns premiados e com diversas traduções), doutorando em Comunicação pela UNIP (bolsa CAPES/PROSUP), mestre em Literatura Brasileira pela USP, onde também se graduou em Letras, Pai Dermes é doutor honoris causa pelo MCNG-IEG (2018) e pela FEBACLA (2019) e pós-graduado em Ciências da Religião pelo Instituto Prominas. Nascido em Piracicaba em 1972, desde 2019 é patrono e titular da cadeira 62 da Academia Independente de Letras (sede em Pernambuco), com a divisa “Axé”. Em Piracicaba idealizou e coordenou inúmeros projetos culturais e o Fórum Municipal das Religiões de Terreiro (2011-2014), produziu curtas-metragens com temática dos Orixás e dirige a Tenda de Umbanda Caboclo Jiboia e Zé Pelintra das Almas (TUCJZPA), fundada em 2015, em Blumenau (SC). Em 2014 presidiu o Fórum Europeu de Umbanda, em Leiria, Portugal, e em 2015 foi o vice-presidente do Fórum Catarinense de Umbanda, em Blumenau. É Ogã há mais de 20 anos do Ile Iya Tunde (hoje sediado em Embu das Artes, SP), com a dijina Tata Obasiré.

O culto a Santa Muerte, de origem mexicana, abarca tanto elementos pré-hispânicos quanto do catolicismo. Venerada sobretudo pelas populações periféricas, não apenas no México, mas também na América Latina em geral e nos Estados Unidos, Santa Muerte tem representado um fio de esperança e alternativa para presidiários, por exemplo. Por seu caráter transgressor, o culto caiu no gosto de narcotraficantes, o que erroneamente levou tanto religiões quanto classes sociais hegemônicas a estigmatizar a figura da Santa Muerte, bem como seus devotos. No Brasil, sobretudo pela aproximação com as Entidades de Calunga, Santa Muerte tem sido recebida com os braços abertos nas religiões de terreiro, o que não exclui cultos particulares ou de outros grupos.

O livro de nosso associado apresenta uma síntese do culto à Santa Muerte, suas origens, elementos, correlações, bem como estigmas, medos e terrores atribuídos pelo senso-comum a essa sincera forma de devoção popular que tem auxiliado tantas pessoas a encontrar a plenitude ou a se reerguer de tragédias pessoais e coletivas. A familiaridade com Santa Muerte, a criatividade e a liberdade nas formas de cultuá-la encantam a todos que encontram na Niña Blanca uma mãe, amiga, mentora e companheira que auxilia indistintamente a todos (as) a transitar pelos ciclos da vida, em suas incontáveis mortes e renascimentos.

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