Direita vou ver

Certamente não carecia de explicação, mas como pretendo que a direita leia também, se é que eles são versados em leitura, prefiro começar com tudo muito claro.

Direita vou ver é uma alusão jocosa ao comando Direita volver, ordem de formação emitida pelos milicos. Após o grito dado por um superior, os soldadinhos todos se voltam para a direita, em um gesto coletivo e síncrono.

Pretendo aqui neste espaço observar as falcatruas da extrema direita, dos fascistas que de uma hora para outra, sabe-se lá a razão, passaram a se multiplicar no planeta. Gente que precisa ser contida, denunciada, enfrentada, afinal são pessoas que desejam a destruição do mundo. Para eles não há flor, passarinhos, beleza. Porque a morte é o grande barato desses bandidos.

Estão por aí desejando o fim do Papa, um santo homem, apenas por ele cuidar bem de seu rebanho e defender os fiéis das injustiças. Aliás, se enchem a boca clamando por Deus, não é certamente um Todo Poderoso bom. É um Ele que obedece a pastores mais interessados em arrecadar dízimos do que difundir amor. E vê Seus devotos chamarem todos os que pensam diferente de comunistas. Deve concordar, pois nada faz. É um Deus omisso.

Detestam a justiça, os pretos, as mulheres, os homossexuais, a natureza, a vida de maneira geral.

Vou ficar de olho neles. Direita vou ver!

 

 

Ricardo Ramos Filho é escritor, professor de Literatura e orientador literário. Graduado em Matemática pela PUC-SP e doutor em Letras pela USP, ministra cursos e oficinas. É presidente da União Brasileira de Escritores (UBE). Como sócio proprietário da Ricardo Filho Eventos Literários, atua como produtor cultural, tendo sido curador da FLIBI (Festival Literário de Birigui – 2022), do Prêmio São Paulo de Literatura (2023) e da FLIRP (Feira Literária de Ribeirão Pires -2024). Faz parte do Conselho Administrativo da SP Leituras, e do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta. Publicou cerca de trinta títulos infantis e juvenis, como Computador sentimental (1992), vencedor do Prêmio Adolfo Aizen, O livro dentro da concha (2011), selecionado para o catálogo FNLIJ para a Feira do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha em 2012, Feiticeira (2014) e Maria vai com poucas (2018), além de livros adultos, como Conversa comigo (2019) e Cidade aberta, cidade fechada (2023), de crônicas. Lançará em 22 de março, na Patuscada, espaço da Editora Patuá, às 17 horas, seu primeiro romance: Toda poeira da calçada.

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